quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

OS SETE PRINCÍPIOS DA MÍSTICA




"Ofereço-vos o modo mais simples de dizer as coisas secretas. Entretanto, só os que realmente as podem ter é que as entenderão."

OS SETE PRINCÍPIOS DA MÍSTICA

Enumeremos a seguir o que consideramos as Sete Chaves do Além. Usamos vossos termos, embora em sânscrito possuam outro valor, para poder ser melhor entendido. São três grupos de princípios, a saber:
1º. Grupo - Vigilância, Intenção e Sentimento;
2º. Grupo – Auto-conhecimento, Intuição e Integração universal;
3º. Grupo - A Verdade.
Este último grupo resume, na Sétima Chave, todas as demais.

1 – VIGILÂNCIA_COMPREENSÃO, ATENÇÃO
Já vos informei que estamos expondo os princípios secretos mais profundos que o homem pode atingir em sua presente vida. Eles dão resposta a vossas mais profundas dúvidas. Eles resolvem o conflito do mundo, o vosso conflito interior. Prestar atenção, eis o primeiro segredo. Se soubésseis compreender, talvez pudésseis ter aproveitado os últimos seis mil anos de experiência com sessenta mil guerras externas e já saberíeis como evitá-las. Atenção é o elemento essencial para compreender. Vigilância é o melhor termo que nos convém. Porém , se estiverdes atentos ao conflito que vai pelo mundo, a fome, a guerra, a doença, a competição, tudo formas e consequências de conflitos, vereis que se trata apenas da exteriorização de vosso próprio conflito interior. Tudo se resume no egoísmo. Egoísmo individual, vosso e meu, eis a base do conflito. A esse egoísmo dais muitos nomes: luta pela vida, competição, religião, ideologia, nacionalidade, etc.

Perguntareis: ‘Então quereis provar que eu sou responsável pela miséria, guerra, fome e conflitos do mundo?’’
Eu vos respondo: exactamente isso é o que vos digo e só encontrareis vossa verdadeira paz quando atingirdes essa paz dentro de vós.
Simplifica-se a Chave da Atenção, portanto, ao mundo exclusivo da vossa realidade interior.

Mas, como podeis vigiar, como podeis compreender todos os vossos conflitos interiores?
Pensais em enfadonhos exercícios, em concentrações profundas, em meditações prolongadas... Pensais em esforço. Eis vosso engano. Compreender, estar atento, não se obtém com esforço. É no preciso instante em que deixais de fazer esforço que começais a compreender.

Observai vossas acções e vossos pensamentos (egoísmos, ambições, desejos, medos, etc.) sem procurar julgá-los, sem condenar, sem criticar, sem aprovar. Tomai apenas consciência do que está acontecendo. Sois egoísta? Agistes com ambição? Sentis medo? Por favor, não procureis transformar vossos actos e pensamentos no oposto, pois continuareis em conflito, em outra posição, talvez maior ainda.
A compreensão se obtém sem julgar, sem condenar, sem aprovar. É vigilância passiva e sem qualquer esforço.
Esta a primeira chave, o primeiro grande segredo – Saber Vigiar, saber Estar Atento, Saber Compreender. Isto é estar desperto.
Ao usá-la, o compartimento de vossos conflitos e, portanto, os do mundo todo, fica aberto e acessível a vossa observação.
Adiante vereis o grande valor desta chave para a transmutação, libertação e revolução interior.

2 - VONTADE, INTENÇÃO
Dissemos que a Intenção era o segundo princípio que vos exporíamos. A Palavra que devemos usar é ‘’vontade’’. Tendes a primeira chave e sabeis estar atento, sabeis vigiar. Só vigiar não basta. Deveis ter a intenção de vigiar. Quando dizemos vontade, pensamos imediatamente em desejos, ambições, esforço para obter alguma coisa, razões e raciocínios para agir.
Porém, não será disso que vos falarei.
Vós estais procurando abrir as portas do secreto, do oculto, do além, da mística e já compreendestes que esse conhecimento está dentro de vós. Por que não o atingistes ainda? Eis que vos faço presente de uma das chaves que vos faltou – a Intenção. Esta intenção, esta vontade de abrir as portas do secreto, também não exige esforço. É uma intenção passiva e que se traduz pela exclusão. Se quereis, se tendes a intenção de compreender o oculto, deveis excluir tudo o mais. Deveis libertar vossa atenção de todos os conflitos, para que fique somente a intenção, o abandono ao Absoluto..

Achais difícil? Não o será, se, com um pouco de paciência, prosseguis comigo e recebeis as demais chaves. Cada uma isolada leva a becos sem saída. Vede à frente que a intenção é global. Vós quereis abrir todas as chaves. Essa a verdadeira intenção.
Cada chave vai adquirir nova profundidade quando conhecerdes a seguinte, após ter esclarecido ou confirmado a anterior. Nenhuma é menos importante que as demais. Todas funcionam sem esforço e todas são do vosso interior. Só vós as podeis usar.
Até este ponto, já sabeis que o começo da descoberta do oculto que está dentro de vós, começa com a Vigilância, mas trata-se de uma Vigilância com a Intenção global de alcançar a verdade que se esconde dentro de vós. É uma Intenção especialíssima, portanto.

3 – SENTIMENTO
Vós já prestais atenção aos conflitos, às guerras, à vossa confusão interior e tendes a intenção de resolver definitivamente tais conflitos e confusões. Por esse motivo, mesmo que nada vos dissesse, já percebeis que esse estado de coisas não se deve a raciocínios e pensamentos que existem em demasia. Já estais de posse do segredo que todos conhecem: o que há de errado fica no mundo dos sentidos. O que falta é amor, no sentido de sentimento de que fazemos parte de uma mesma energia universal, estamos integrados, e irmanados e não isolados. Ainda mais, no sentido de fazer o bem sem esperar recompensa, no sentido de superação do egoísmo.
Isto é o evidente, o óbvio. E no entanto, direis que é impossível praticá-lo. Achais mais leve suportar conflito? Ou achais que esse amor deve partir dos outros e não de vós? Vós sois a parte mais importante do Vosso Universo. Vossos sentimentos se reflectem nos outros e voltam para vós. Se não iluminais, como quereis receber e reflexo? É regra desta vida que aquilo que fazeis aos outros vos retorne e em dobro.
Sentir, portanto, é um dos segredos de todas as religiões e místicas. A chave dos sentimentos também é, igual às demais, sentir sem esforço, sentir naturalmente, sentir como se fôsseis , e realmente sois, integrados na vida universal, no próximo, e até no que considerais vosso inimigo.
Se não sentis amor pelo próximo, sem a experiência deste sentimento, jamais haveis de sentir se o próximo tem amor por vós. Muitas vezes são os sentimentos dos outros para convosco melhores do que os vossos e, vossa experiência sendo falha, os interpretais mal. Jamais encontrareis o caminho dos segredos se não souberdes sentir.
Já tendes a vigilância para evitar este erro. Tendes a intenção de colaborar na solução dos conflitos e já sabeis que a acção é Amor.
Porém, como manifestá-lo?

Sabeis que o grande segredo é, em todas as chaves, a ausência de esforço. Aqui se trata em primeiro lugar de praticar o desapego, à medida que vigiais vossos actos, desejos, egoísmos, ireis libertando-vos das coisas que vos possuem enquanto pensais que as possuis e no entanto fazem falta ao vosso próximo. O desapego será a melhor e primeira manifestação do sentimento de amor ao próximo.
Tal chave é a libertadora da grande revolução interior e que vai mudar o mundo. Esta pode libertar-vos do peso das posses e riquezas, tornando-vos leves e felizes.
Não vos apresseis a julgar ou raciocinar. Deixai que a vossa consciência vá vigiando e compreendendo. Permiti que vossos sentimentos se manifestem. Não façais endurecer vossos corações. Antes pelo contrário – fazei vossos sentimentos caminhar para a infância. A criança é o melhor e o mais completo exemplo de atenção sem esforço, intenção sincera e sentimento puro. E suas reacções também. Foram os condicionamentos, os egoísmos e ambições que encobriram vosso verdadeiro ‘’Eu’’.

4 – AUTO-CONHECIMENTO
Toda vossa ciência Ocidental tem optado pelo lado material terrestre, pelo invólucro das coisas, sem prestar atenção ao seu interior. Mesmo ao estudar o homem, primais pelo exame superficial do vosso corpo e não compreendeis que sois o centro de tudo, e em vosso interior se guardam os segredos do Infinito e do Absoluto.
O auto-conhecimento a que me refiro não é, portanto o conhecimento do vosso corpo e da matéria de que é feito, porém, o exame profundo do vosso ‘’Eu’’.
Com as três chaves anteriores – Vigilância, Intenção e Sentimento – podeis começar o vosso exame interior. O segredo está, como já vos disse, em não fazer esforço, em observar-se.
Lamentamos que nosso mundo oriental também se degrada aos poucos aceitando o azáfama exterior como a actividade mais importante. Porém, os profundos conhecedores de si mesmos jamais serão dominados. Essa aparente invasão e conquista se destinou, por ordem do Além, para abrir as portas dos Segredos ao Ocidente.
O auto-conhecimento através da auto-vigilância é um acto intencional que nos levará ao profundo sentimento de amor para connosco mesmos, primeiro passo para poder estender esse amor aos outros e ao infinito.
Pensais que seja difícil observar-se. Pensais em concentração. Objectareis que precisais de um Guru para orientar vossa meditação.
Vou mostrar-vos o quanto é fácil, usando um sistema que veio do oriente e cujo ‘’roubo’’ os Yogues vos perdoam pela utilidade que vos possa trazer – a psicanálise, o sofá do psiquiatra.

Tendes um problema, uma neurose, um recalque, ou outro desajustamento qualquer? Deitai-vos no divã. Soltai vossa taramela interior. Caminhai de facto em facto até que toqueis no facto que, jogado ao vosso mundo interior oculta, fora do vosso controle, recalcado e esquecido, causou-vos os malefícios de que vos queixais. Tão logo encontreis a causa e a aceitais, sem crítica, sem condenação e também sem aprovar, eis que o problema todo se esfuma como que por encanto. Isto os psiquiatras sabem fazer. Vós podeis fazer, sempre que tiverdes problemas, frustrações, conflitos, essa vigilância e eles sumirão. O psiquiatra, no entanto, não entende a causa de tal milagre. Explico-os: vosso ‘’Eu’’ é um conjunto de véus ou vestes que são vossos preconceitos, recalques, hábitos, costumes, condicionamentos, egoísmos, ambições ou desejos. Toda vez que conseguirdes identificar um desses véus, ele cai por terra e conseguireis ver mais para dentro de vós mesmos.
Com o psiquiatra chegareis apenas ao ponto em que permaneceis nos condicionamentos de vosso ambiente, ou seja, com os véus que todos vossos vizinhos também possuem. Se trabalhardes por conta própria e examinardes um a um os véus dos desejos, ambições, condicionamentos, preconceitos, Sem Esforço, ireis jogando-os fora um a um até que estejais só Vós frente a Vós mesmos.
Pensais que esse facto seria aterrador?

Muitos no ocidente assim disseram e eu o tenho ouvido amiúde. Garanto-vos que isso se deve à falta de compreensão. Se compreendêsseis o objectivo do auto-conhecimento sem ‘’egolatria’’; se percebêsseis esse auto-libertar-vos sem egoísmo, sem a busca do poder absoluto ‘’Eu’’; se assim vos libertardes dos véus, atingireis em breve as três chaves que se seguem.
Enquanto seguirdes as ditas Sociedades Secretas em busca de perpetuação do vosso ‘’Eu’’ , em busca do poder e da riqueza, enquanto aceitardes as chaves secretas para o vosso benefício, faltar-vos-á um véu a eliminar, o véu do egoísmo. Com ele não chegareis à intuição, ao amor universal nem à Verdade.
Enquanto seguirdes as religiões em busca da salvação pessoal, egoísta, como passagem para o Além, tereis que nascer e renascer muitas vezes para poder libertar um dia do último véu o ‘’Eu’’ profundo que se anulará na Integração Universal.
Enquanto lerdes este livro em busca de solução externa, dada pelo guru, de nada vos há-de servir.
Lembrai-vos bem: o auto-conhecimento é sem esforço e só pode ser feito por vós mesmos. O auto-conhecimento liberta. Na medida em que vos conhecerdes, ficareis mais leves, pois livres dos véus.

5 – INTUIÇÃO
Quando vossos véus forem caindo, quando vosso auto-conhecimento for caminhando decididamente, no rumo certo, vosso ‘’Eu’’, mais livre dos terríveis pesos dos egoísmos e dos condicionamentos, dos hábitos e dos preconceitos, vos acontecerá um fenómeno ainda estranho ao ocidental e que alguns já vislumbram, que é o conhecimento directo das coisas.
Abstractamente dizeis que conhecer é identificar-se com o objecto do conhecimento.
Como podeis alcançar essa identificação se estais envoltos em brumas? Com o auto-conhecimento saireis das brumas e talvez vos assuste a luz. Por isso vos dou mais esta chave como precaução. Pois começareis a ver as coisas todas do vosso mundo em vertigens de atingimento directo. Pensareis ter atingido poderes secretos e vos lançareis ao seu uso. Não vos iludais como tantos que palmilharam esse caminho. Caireis como eles no vazio do vosso próprio egoísmo. Acreditareis que eram demónios ou espíritos que iludiram e depois vos abandonaram?
Previno-vos que o fenómeno é natural – quem tinha dez véus sobre os olhos e tirou nove, vê melhor do que os que continuam com seis ou quatro.

No ocidente estudam este facto com nomes como telepatia, telecinese, premonição, vidência, profecia, em ciência com o nome de Parapsicologia. Falam em ‘’dom’’, ‘’poderes’’, etc.. Facilmente a literatura vende ‘’terceira visão’’, falsos profetas e mais frustrações.
Vós compreendereis que qualquer um pode chegar lá. Qualquer um que se desprenda dos véus atingirá em sucessivos graus e por tempos cada vez superiores o conhecimento directo ou intuição. E sempre será obtido esse estado sem esforço. Basta deixar que ele ocorra sem procurá-lo. Irá sua mente ao além, ao futuro, ao passado, ao oculto, ao distante, às outras mentes, às coisas. É o começo do verdadeiro. Conhecimento.
Na medida em que souberdes usar as chaves que já tendes, assim chegareis ao conhecimento directo. No auto-conhecimento vos libertais de tudo que vos oprime. Podeis assim usar a intuição. Porém, o fenómeno intuitivo chega bem antes de concluir a libertação e anulação do ‘’Eu’’. Esta chave deve ser bem usada, para concluir o auto-conhecimento pela identificação com as demais coisas, inclusos nelas todos vossos semelhantes.
Esta é a chave de ouro para aferir o vosso grau de libertação e permitir o uso da sexta chave. Só quando todos os véus caírem é que vereis as coisas com perfeição. Se vossa intuição avança e depois cai, perguntai a vós mesmos a causa. Tudo que vos sucede tem como causa algo dentro de vós mesmos: criastes ou recriastes mais um véu? É evidente que vos há-de perturbar.

6 – A INTEGRAÇÃO UNIVERSAL
Estando vigilantes com a intenção de alcançar o verdadeiro amor, atingistes o auto-conhecimento e libertastes a intuição para completar-vos pela anulação do vosso ‘’Eu’’ em um acto de Amor Universal.
Neste último estado, cujo segredo continua sendo o mesmo (Sem Esforço), vós vos identificais com vossos semelhantes, com os objectos do conhecimento, com o Absoluto, num êxtase de Amor Universal.
Muitas vezes o yogue tem feito segredo deste estado, fazendo crer que só alguns privilegiados, à custa de esforços incríveis, cultivando posturas físicas e concentrações mentais inauditas, só alguns, podem atingir tal estado. Outros têm dito que tal estado só se alcança após a morte. O motivo é que houve proibição do Além. Quem soubesse, era ‘’iniciado’’ e devia guardar segredo, pois os demais não estavam para atingi-lo.
Essa proibição terminou.
Eu vos asseguro; nem é perigoso, nem se morre fisicamente para atingir o amor universal, o êxtase da integração.
Está chegado o tempo em que todos vós podereis alcançar esse estado. Está chegando o tempo em que será necessário que chegueis a ele para libertar vosso mundo dos eternos conflitos.
Já sabeis o caminho, pois tendes as cinco chaves para passar as portas que levam a esse estado. Ao atingir a intuição, aos poucos chegareis ao ponto em que podeis perceber o ‘’longe’’, o ‘’passado’’, o ‘’futuro’’, o Absoluto’’, vossos semelhantes, como sendo vós mesmos, pois estais integrando-vos aos poucos num Eu Universal. Compreendereis por vós mesmos que o amor ao próximo é amor a vós mesmos.
E após o atingimento desse estado, podeis voltar ao vosso pequeno mundo, aos vossos afazeres, ao vosso dia-a-dia. Porém voltai integrados e dispostos à parte prática, pois em caso contrário, perdereis tudo que alcançastes, as chaves enferrujarão e retornareis passo a passo ao marco zero.
Sei que se de verdade chegareis a este ponto, não desejareis perder o terreno conquistado, pois atingindo uma só vez a Integração, já estais com o primeiro passo para a Transmutação que é a última chave.
Se já lestes os mestres yogues, talvez tenhais visto belas descrições literárias desse êxtase: cada um que o alcança, deseja que permaneça e por isso mesmo o perde e fica frustado. Vós já estais esclarecidos para o fenómeno. O segredo é sempre alcançar os estados mentais espontaneamente, ou seja, sem esforço, começando sempre pela respiração profunda e pelo relaxamento total.
Vós atingireis o estado de união com todas as coisas, identificação com a Natureza, com o Absoluto. Mesmo por instantes, como na Intuição, não vos preocupeis ou esforceis em voltar a eles, não sejais egoístas, não volteis a cultivar os véus que já derrubastes.
Alcançando o ponto inicial, o Amor Universal, estais no dever de propagá-lo. Ao fazê-lo, eliminai de vossas intenções o desejo de reconhecimento e até mesmo a expectativa de que vossos conselhos sejam seguidos. Ensinai a Revolução Interior e deixai que cada um a alcance: o excesso de zelo também é egoísmo.

7 – A TRANSMUTAÇÃO
Eis-nos finalmente frente a frente com a última chave do Além.
Esta é a chave sem retorno.
Os iluminados se libertam. Podem alcançá-la em vida, como Buda. Porém, o normal de nosso mundo é alcançá-la com a morte quem já tenha chegado ao Amor Universal.
Direi que esta chave se chama ‘’Verdade’’. Vede bem – Verdade com letra maiúscula não uma verdade qualquer, minha verdade, tua verdade. É única e infinita. É absoluta. Faz parte da Integração Universal, embora a ultrapasse. Quem atingiu a Integração está pronto para ela.

O segredo é novamente ‘’Sem Esforço’’. Porém, para ela funcionar são necessárias as seis anteriores usadas com perfeição: há-de estar presente a vigilância completa, a intenção da transmutação, o amor até aos inimigos, o auto-conhecimento até a anulação do ‘’Eu’’. (Vede bem – até o desejo do céu terá que ser anulado), a intuição como forma de Integração e a Integração Universal sem restrições.

Aí se dará a Transmutação da pessoa em um ser iluminado e portanto liberto. Pouco importa daí por diante a vida ou a morte, o conhecimento, o mundo ou o corpo. Vós já tereis atingido a Verdade.

Repito mais uma vez: cada chave será usada sem esforço. Porém, somente vós as podeis usar. Nenhum mestre as abrirá por vós. Nenhum livro contém a Verdade enquanto vós não a experimentardes. Este é um livro e portanto sem qualquer sentido enquanto vós apenas o estais lendo ou lhe repetis os dizeres. De nada vos adiantará repetir mil vezes o que aqui fica dito. Sempre será uma verdade qualquer.
Nenhum sentido possuirão as palavras que eu vos disse, se não experimentardes por vós mesmos o seu significado.

Só atingireis a Revolução Interior por vossa vontade. Ninguém a atingirá por vós. E não necessitais perseguí-la. Tereis que querê-la e deixar que ela vos atinja. O segredo é sempre: ‘’Sem Esforço’’. Isto quer dizer que a Transmutação está dentro de vós e vós só tendes que permitir que ela ocorra, abrindo sucessivamente as portas do Além. As chaves estão em vossas mãos e vossas mãos vacilam.
Achareis mais fácil continuar nos conflitos?
Pensareis que basta imaginar a transmutação?
Pensais que basta a intenção?
Pensais que podeis escolher a chave que desejais e jogareis fora as demais?
Reconheceis que estas são as chaves, porém esperais que os outros as usem antes?
Achais nebulosa e distante a Verdade ou Transmutação?

Em conclusão, lembro-vos: a Verdade é o prémio ao Amor Universal; só quem lá chegar pode gozá-la e saber como é. O êxtase da sexta chave é tão pequeno em relação à Transmutação, quanto é pequena a duração da nossa vida em relação ao Infinito. Quando o sábio chega lá, dirá: Eu sou a Verdade. E ele é de facto a Verdade.

H’Sui Ramacheng em “A Mensagem Eterna dos Mestres”


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